ENLACEMO-NOS, por PjConde-Paulino
Ambos, com trinta anos de vida. Ela, amava-o! Amar-se-iam, depois de tantos anos? Surgiu, inesperadamente, o reencontro. Remexeu a alma; a poesia. Só o Poema poderia reconquistar o amor de infância. Os dois, em silêncio! As ondas da praia afagando o molhe. Ela, ainda trémula, demonstrava o que sentia, através do poema:
Para sonhar a vida antes de ter nascido
Para ser mãe ao colo de minha mãe
Para escutar a tua voz e acreditar
Nasci contigo no parto do verbo amar
E
fui menina o aconchego do teu berço
Fiz-me
riso em delicado jasmimFui palácio-alegria de anjos e serafins
Autossilenciado eterno ficaste em mim
Agora: beijo-te o sorriso de precioso feitiço
Nestas
ruas de verão ao sol escaldante
Sem
o véu da tua presença sinto-me nuaE sei que és o que me veste sendo tua
Vem
e corre na alvorada insinuante
Preciso
dos teus passos nos meus passosVoa na atmosfera transcendente
E vem pousando na praia do meu corpo
Se
as lágrimas forem pérolas - enriqueci
Se
os universos surgirem nos abraçosSe os beijos e desejos forem laços
Enlacemo-nos...Eu em ti e tu em mim!
.
- Enlaçaram-se -
Agora, com quase setenta anos, vivem a sorrir, ao ritmo das brincadeiras dos netos, na relva no jardim.
In Histórias de
Amor - sem tempo – .PjConde-Paulino
2 comentários:
Isto é belo de mais para ser verdadeiro por isso é tão poético. Obrigado por este momento...com a música de fundo e a chuva a bater na vidraça.....
Meu primo, agradeço a visita. Sim, a Poesia é como o sangue correndo no corpo do poema. O nosso corpo não vive sem a alma - centro das emoções. Aquele abraço! :)
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