CASTELO ONDE TE SONHO POESIA

CASTELO ONDE TE SONHO POESIA

quarta-feira, 16 de julho de 2014

 Nas pausas da musica encontro o Teu olhar de Amor:
https://www.youtube.com/watch?v=iTzCPaPS8iw

* O AMOR E A CRISE, por PjConde-Paulino


Os últimos meses tinham sido muito difíceis para ele. Empresário associado há mais de duas décadas, estava a passar por dificuldades desconhecidas, imprevisíveis e muito caprichosas. Apesar da tentativa de isolar os problemas da família, o seu olhar verde e transparente, não conseguia esconder a preocupação latente. As noites estavam a ser dolorosas; não conseguia adormecer com os pensamentos em catadupa. Todos nós já passámos por isso: tentamos, insistimos e não conseguimos encontrar o interruptor, para desligar a mente.

Naquela manhã, como sempre, foi levar o filhote” à escola. A presença do filho fazia-lhe tão bem. O menino, tagarela, com a sua conversa animada, era como uma ilha paradisíaca rodeada de águas azuis, serenas. Nesse momento o mundo era perfeito.
 
Parou o carro junto do portão da velha escola. Saíram os dois do carro; o menino ia para entrar na porta da sala de aula, não entrou, voltou, abraçou o pai e disse-lhe com uma lágrima a pintar o seu rosto bonito:
-”Pai, hoje quero ir trabalhar contigo.”continuando a abraçar o seu progenitor. No seu intimo de criança, soube, que algo de preocupante se passava. O empresário percebeu o que o “filhote” lhe queria dizer. As lágrimas, rebeldes, também escorreram pelo seu rosto. O menino pensou que essa, seria uma boa forma de curar o coração triste do seu papá.

Que bela expressão de amor. Quem nos ama e conhece, mesmo sem palavras, está sempre pronto a ajudar. Porque nos ama. Que diferença fez aquele lindo gesto. Nesse dia o sol brilhou muito mais eficaz. O Sol da esperança. O Sol da alegria. O Sol do ânimo ficou mais constante e real. O Sol do Amor genuíno, faz toda a diferença.



Viajamos de mãos dadas através de musica: https://www.youtube.com/watch?v=CcsUYu0PVxY

 O LIVRINHO BRANCO, por PjConde-Paulino

 
Ao longo da estrada, o carro deslizava suave: como se as rodas não tocassem o pavimento. A paisagem entrava-lhes pelo olhar, linda e profunda. Uma tela calma e infinita. Um livro aberto, com muitas folhas pintadas de gente, com muitas cores e histórias sem fim.

O som da musica romântica envolvia o espaço feito de bem-estar. Ela olhou para ele com ternura:
- Sabes que amo estar assim contigo? Sabes que te amo? - A voz dela, com tremura, acariciou os ouvidos masculinos. Ele sentiu tremores no peito. Tremores de amor pleno.
- Sei, mas amo ouvir a tua voz com caricias sonoras a entrarem dentro de mim.- Ela, quieta, sentada ao seu lado, sorriu. Ficou em silêncio com o olhar na paisagem, enquanto desciam por essas planícies rumo ao sul. O Sol sorria quente; entrava através do vidro, enquanto as mãos dos amantes se entrelaçavam sobre o joelho feminino, na perfeição da perna esquerda.

Ele diria que ela sempre existiu dentro dele. Ela não tem memória da vida sem ele:
- Olha aquele monte branco de pé azul - Alentejo. Gosto tanto da minha região. É linda, não é?
- É, é linda.. És tão apaixonado por esta paisagem. Quase que sinto ciúmes desse amor incondicional pelo Alentejo
. - Ele deu uma gargalhada:
- Não sintas. O Alentejo é mais bonito porque existes. Sem ti eu não seria eu. Não era o que sou. Tu és Além destas fronteiras. Tu és o meu país. Vivo em ti, dentro de ti, à tua volta. A fronteira sou eu através do abraço que te envolve.

 
Ela tirou do porta-luvas uma carteirinha colorida, abriu calmamente o fecho. Lá dentro estava calma: a alma: um livrinho branco. Ele olhou pelo canto do olho enquanto conduzia o seu amigo bólide, companheiro de muitas viagens e histórias. Ela abriu o livro branco, feito de searas pintadas a ouro, a brilhar no olhar dos amantes eternos, na paisagem sem fim, rumo ao sul. Ver mais

 

 

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POEMA. Com fundo musical, sinto assim:
https://www.youtube.com/watch?v=4hKQz-WeHpQ
*


AMAR, por PjCondePaulino
*
Ah!, deleito-me, nas estrelas do teu olhar...
Se é da cor, não sei
Mas sei, da bondade da alma.
Transportas poesia nas mãos
Paz, no sorriso que ofereces
Abraços, na doçura da palavra
Como se já fosse, e soubesses
Do planeta azul antes da Criação.
*
Ah!, deleito-me, nas estrelas do teu olhar
pela paciência infinita que te habita;
na persistência do amor...Além do mar...
*

*
*
In@ tempo de amar - PjCondePaulino-
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Foto: POEMA. Com fundo musical, sinto assim:
https://www.youtube.com/watch?v=4hKQz-WeHpQ
 *
 AMAR, por PjCondePaulino
 *
 Ah!, deleito-me, nas estrelas do teu olhar
 Se é da cor, não sei
 Mas sei, da bondade da alma.
 Transportas poesia nas mãos
 Paz, no sorriso que ofereces
 Abraços, na doçura da palavra
 Como se já fosse, e soubesses 
 Do planeta azul antes da Criação.
 *
 Ah!, deleito-me, nas estrelas do teu olhar
 pela paciência infinita que te habita;
 na persistência do amor...Além do mar...
 *
 *
 *
 In@ tempo de amar - PjCondePaulino-

terça-feira, 15 de julho de 2014

Sou eu e Tu. Sou Camões, Eça e Pessoa...


Depois da meia-noite em Paris:https://www.youtube.com/watch?v=4qD68QcPgOY
SOMOS CAMÕES, EÇA OU PESSOA..., por PjCondePaulino

Ontem passei em frente do Vaudeville e parei para ver Gustave Flaubert sentado numa cadeira na esplanada do café Americano em Paris .... Estava a sorrir, tomando um café com a personagem do seu livro, Madame Bovary. Notei neles um misto de prazer e de tristeza. Mas, esta noite, não quero tristezas. Calcorreei a Avenida do Bosque de Bolonha, e descubro entre o bulício da multidão o nosso amigo Jorge Duroy com o peito para fora, caminhando elegante, a sorrir; estendeu a mão para mim. Esta personagem tinha jantado num restaurante da Rua de Notre-Dame-de-Lorette; estava feliz. Fomos juntos, queríamos encontrar o seu criador, Guy de Maupassant lá para os lados dos Campos Elísios. Encontrámo-lo eufórico com o seu romance “ Bel-Ami” debaixo do braço. Gostei dele: objetivo, numa linguagem rigorosa com aquele realismo psicológico que me empolga.

Depois da meia-noite não há fronteiras. O tempo voa através dos anos e somos tudo e somos nada e somos o outro para voltarmos a ser nós. Hoje e aqui, na cidade luz, sinto em mim esta natureza humana, exaltada, calma, no requinte dos poetas. Depois da meia noite oiço liras de cordas metálicas. Declamando aos céus epitalâmios elegíacos.

Assim, já não tenho medo do aspeto rubicundo nem das alturas dos gigantes "golianos. Porque, afinal, em Paris ou em Lisboa, Sou sempre Eu e Tu . Sou Eça e sou Pessoa. Sou eu e és tu. Somos nós no abraço que nos une na fronteira do espaço infinito pintado de estrelas pelo supremo Pintor.

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*Foto: PjCondePaulino
Modelo fotográfico: Natanael Conde Paulino.
Local: Paris.
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