CASTELO ONDE TE SONHO POESIA

CASTELO ONDE TE SONHO POESIA

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Poema: Chuva de Amor Transparente



Chuva de Amor Transparente




Feliz, caminhei descalço, na suavidade com relva
Abracei a flor branca de chuva, rósea flamejante
Camisas molhadas, corpos de amor, transparente
No teu olhar quente, presente na luz da alvorada

Chuva de amar, sem rede, lá o meu coração bebe
Senti o aconchego, o abraço, na camisa molhada
E comi o afecto, beijei a tua mão alva de ternura
Eu vi o vento, dançar no vestido branco, tão leve


Colado ao corpo transparente, amostras de amor
Em movimento, sussurrando vidas sem tremura
Dançantes na relva de amor, não esfria, perdura
Palavras e dulçor, entre beijos de chuva, incolor


Amantes na vida, mãos dadas, tão envolvente
Os pés na relva fresca, desejos no vestido branco
Danças ao vento, sorrindo, na esquina do tempo
Fazendo amor, com Chuva de amor transparente...





PjCondePaulino

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Poema no "Céu de Amor"



No céu de Amor...Eu vi teu céu


Entre a folhagem do arvoredo, senti a frescura da manhã
desviei o ramo de acácia, senti o orvalho na minha face
ouvindo o correr do riacho, caminhei calmamente... livre
quando a ave levantou voou, levantei o olhar, pintei o céu.


Nos passos de meus passos, oiço o teu coração palpitante
debruço-me sobre o fio de água, onde os peixes são felizes
na palma da minha mão, bebi o céu, na água do amor doce
senti o teu perfume, na fragrância de mil flores, vi teu céu.


Nos teus pés, sobre a relva, resvalei meu dedos de ternura
o meu olhar, verde, encontrou no teu olhar belo, a esperança
bebemos da mesma água doce, na concha das nossas mãos
nos lábios vacilantes encontrámos a ternura, beijando o céu.


Entre a folhagem do arvoredo, senti a sublimidade do amor
a melodia das palavras, encontram eco, as aves voam felizes
gestos suaves, intensos, excelência do desejo, fazendo amor
corpos de ternura, somos um só na elevação, beijando o céu.


Gestos suaves, intensos, excelência do desejo, fazendo amor
No céu de amor...Eu vi teu céu!
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PjCondePaulino

domingo, 4 de julho de 2010

Alentejo - memórias de sabores e cheiros

(((((((((((((((((((((Foto de PjCondePaulino - Alentejo»»»»»»»

Memórias - Com Sabores e Cheiros


O meu Alentejo está a transpirar, pelo esforço despendido durante o dia, debaixo das asas do Sol avassalador, nesta terra abençoada.

Levanto o olhar na planície, cujo horizonte distante me faz sonhar na viagem do tempo. Vejo o ondular dourado das searas, dançando no ritmo lentoOiço a voz da minha mãe, a chamar-me, enquanto eu, qual mar alto em dias de bonança.
, no meu gargalhar de criança, brincava às escondidas, debaixo de uma parreira, com a minha melhor amiga.

Na minha memória, revejo as brincadeiras da apanhada – do jogo da “slitra”- da inteira ou do pião. Sinto o cheiro do pão," acabadinho" de fazer no forno comunitário da aldeia; enquanto nós, crianças, disputávamos entre risadas, o jogo da “cabra cega”.

Escuto, através das ondas intemporais, a voz dos meus pais, a “fazerem” a açorda de peixe, com poejos, nas margens do rio Degebe; enquanto eu, a minha irmã e o “”faz no ninho”, - o mais novo; agitávamos as águas para molharmos o que já estava molhado - estávamos dentro de água -.;).:):)


Hoje, sempre que possível ainda comemos as “abençoadas ervas do campo” tal como faziam os nossos avós, desde tempos remotos, nesta terra abençoada.

Aquilo que hoje apreciamos como petiscos raros - alguns à beira do desaparecimento -, já mataram a fome a muita gente, no passado recente.

Refiro-me ás ervas do campo: - às frutas silvestres, aos cogumelos, aos poejos, beldroebegas, acelgas, agriões da ribeira, espargos, amoras das silvas, medronhos, figos da Índia, silarcas. - deliciosos aromas que temperam as nossas açordas e migas, os licores e aguardentes.


Hoje é dia de convite: Vem ao Alentejo, saborear demoradamente, os sabores inolvidáveis da natureza – Aqui, o tempo tem tempo; para - calmamente - saborear a liberdade de ser mais feliz, entre um abraço e um sorriso, neste horizonte sem fim:):).