CASTELO ONDE TE SONHO POESIA

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sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Lápis do Tempo – de PjConde-Paulino


Na ponta do lápis, o carvão marca a folha amarelecida pelo tempo.
A tempo: fomos crianças, sob a oliveira, onde a inocência se abrigou.
O lápis nunca se cansou; rabiscou: os números dos dias que vivemos;
e a alma: habitante do corpo que amamos!

Desenho o dedo da tua mão no meu nariz - com a matriz:
- Cavalgando os póneis-cadeira, à volta da mesa feliz!...
Depois, depois traço a tua ausência, na cidade grande.
E sou tolhido; pelo medo de te perder e ser vencido!

A ponta do lápis partiu-se, antes de te encontrar, adolescente.

Eras longe, no mundo-novo - além do rio, além do vento!
A navalha afiada amolou a argúcia, para te encontrar e amar.
E o lápis do Pintor...voltou a desenhar, sobre a folha do tempo.
Esboçou a memória - os encontros e reencontros da nossa História.

Não, não tracei a vida com perfeição; desenho-te: menina-emoção;
Menina-Mulher; poesia do pretérito-perfeito!
Vida-encantada - o sonho eleito, do meu ser tão imperfeito...
E esta vontade: pintar-te na tela do Amor- Sem-Idade!

És o meu poema-natural, a minha chuva e o meu sol!
Vida-do-meu-Ser: na pureza do crisol, na arte de saber-viver!
Assim, na memória da Vida-Real : o sonho precisou de acontecer.