O Amor é belo, não te esquece
O Amor é perdoador sorridente
O Amor é no mal o nosso bem
O Amor é na Vida o maior bem!
Que seja Eterno.......................*
Não enquanto dure..Mas Sempre!!
Conhecer-me é sair de mim; saber olhar o outro, no reflexo da minha imagem. Sou sempre Eu e Tu . Somos Camões, Eça ou Pessoa... Somos nós, no abraço que nos une na fronteira do espaço infinito pintado de estrelas pelo supremo Pintor. -PjConde-Paulino.
Lembram-se daquela menina, na sala ao lado do quarto onde nasci?- ah, pois é- , ela, estava a residir em Lisboa e eu no coração do Alentejo, sem telemóveis,( nesse tempo, só existiam nos filmes de ficção científica),..mas a vida dá muitas voltas, e num desses movimentos circulares do planeta Terra, fui a Lisboa e de novo a encontrei, se possível ainda mais bonita.
Portugal nesses dias, vivia o "espírito" da revolução dos cravos. O 25 de Abril, simbolizava o grito da liberdade, das expectativas de futuro para as novas gerações, excessos e retrocessos, era tempo de mudança.
Quando o autocarro saiu da velha praça de camionagem, transportava no coração o fervilhar de emoções expectantes, observando as despedidas no aceno de mãos entre sorrisos e lágrimas de famílias, que por falta de condições imigravam para a capital de Portugal, jardim à beira mar plantado.
(Foto tirada da Internet) ...
Continuação da historia...
No dia 7 em Outubro de 1967, entrei na escola primária. Solícito, preocupado, com medo do desconhecido, tinha terminado o tempo despreocupado sob a protecção da mãe. Entrei no novo mundo das responsabilidades académicas, sociabilizando com os colegas, com comportamentos intermitentes entre o muito bom, o bom, e o “assim- assim”. Fui algumas vezes “apelidado” do “sabão rino”, sabão muito popular na época; pois normalmente era dos primeiros da turma, enfim, era um excelente aluno ( permitam-me a vaidade retrospectiva).
Depois do exame do ensino obrigatório, a antiga quarta classe, passei sem sobressaltos o ciclo preparatório. Foi nesse período, com cerca de 12 anos que, pela primeira vez, tive contacto com o mundo do trabalho. Nos intervalos das aulas ia ter com o meu pai à oficina dos mármores, onde ele era encarregado. Fiz o primeiro mealheiro em mármore, aprendi a desenhar as primeiras letras que eram depois gravadas com um badâme, ponta de diamante, manusendo naturalmente a macêta de escultor.
Nos primeiros doze anos da minha vida, aprendi gradualmente o quanto é importante ser responsável, humilde e atento, bom ouvinte, usando sempre a curiosidade, e assim, usando a ambição positivamente, chegar mais longe.
Adolescência, tempo de mudanças, alterações no corpo e na alma; hormonas doidas em convulsão; que fazer com tudo isto? - adolescente sofre -.
No sétimo ano de escolaridade senti as primeiras dificuldades na escola, com a “célebre” matemática, mas não desisti e saí vencedor nesse ano. A descoberta do amor, nasce, onde antes existia algum “desprezo” pelo belo sexo; ainda me lembro das expressões: - epá as raparigas são tão parvas- . Mas esse tempo tinha passado , agora, os olhares eram outros, romanticamente atentos ao passar das meninas perfumadas.
Encostados na esquina do prédio ou sentado debaixo da amoreira de sombra fresca, escrevia as primeiras cartas ao primeiro amor da minha vida. Permitam que lembre um poema de Júlio Dinis:
“ Além naquela avenida
De plátanos e salgueiros,
Foi que em teus beijos primeiros
Bebi a primeira vida.”
Lembram-se daquela menina, na sala ao lado do quarto onde nasci? - ah, pois é -
Alguém me informou que ela, estava a residir em Lisboa e eu no coração do Alentejo... até que....
O relógio da sala marcava a meia noite, o meu pai, ansioso, esperava que o primeiro filho nascesse no quarto ao lado. Assim, passaram três longos minutos, quando, subitamente, se ouviu um choro de criança. Era eu, sim, sim, a chorar pela primeira vez segundo o ritmo da palma da mão da parteira de serviço na presença da minha mãe, dorida, curiosa mas feliz.
O dia 14 em Fevereiro de 1962, foi inegavelmente importante, na história da minha vida, nasci; sim, e isso é confirmado pelos maiores especialistas na matéria. Segundo esses “expertos” foi o ano de melhor colheita do Séc.XX. Bem, é verdade que esses “entendidos” são os meus pais e eu mesmo. Mas, quem feio ama, bonito lhe parece, não acham?
Mas, há algo muito importante que ainda não contei; na sala,onde o meu pai esperava, estava também uma “menina” muita gira com três meses de idade esperando por mim. Mas...isso é outra história que não quero, por enquanto revelar...