*********fotos de Pjsoueu - Alentejo*******
Memórias - com sabores e cheiros
Levanto o olhar na planície, cujo horizonte distante, me faz sonhar na viagem do tempo.
Vejo o ondular dourado das searas, dançando no ritmo lento, qual mar alto em dias de bonança.
Oiço a voz da minha mãe, a chamar-me, enquanto eu, no meu gargalhar de criança, brincava às escondidas, debaixo de uma parreira, com a minha melhor amiga.
Na minha memória, revejo as brincadeiras da apanhada – do jogo da “slitra”- da inteira ou do pião.
Sinto o cheiro do pão," acabadinho" de fazer no forno comunitário da aldeia; enquanto nós, crianças, disputávamos entre risadas, o jogo da “cabra cega”.
Escuto, através das ondas intemporais, a voz dos meus pais, a “fazerem” a açorda de peixe, com poejos, nas margens do rio Degebe; enquanto eu, a minha irmã e o “”faz no ninho”<, - o mais novo; agitàva-mos as águas para molharmos o que já estava molhado: "lol" - estávamos dentro de água -.;).:):)
Hoje, sempre que possível ainda comemos as “abençoadas ervas do campo” tal como faziam os nossos avós, desde tempos remotos, nesta terra abençoada.
Aquilo que hoje apreciamos como petiscos raros - alguns à beira do desaparecimento -, já mataram a fome a muita gente, no passado recente.
Refiro-me ás ervas do campo: - às frutas silvestres, aos cogumelos, aos poejos, beldroebegas, acelgas, agriões da ribeira, espargos, amoras das silvas, medronhos, figos da Índia, silarcas. - deliciosos aromas que temperam as nossas açordas e migas, os licores e aguardentes.
Hoje é dia de vos convidar a visitar o nosso Alentejo: Vem, saborear demoradamente, os sabores inolvidáveis da natureza – Aqui, o tempo tem tempo, para, calmamente, desfrutar da liberdade de ser mais feliz, entre um abraço e um sorriso, num horizonte sem fim:):).