SABE-SE DA VIDA
Sabe-se da vida o que a vida não dá.
Sabe-se tanto, sabendo, o que o tempo já disse e nos trará.
Sei o mar, as gaivotas, a maresia;
Sei do nascer para ser tudo...
Contudo: sei o pretérito e a nostalgia.
Sei o tempo e as marés subtis
O encantamento dos astros juvenis
Sei: a areia prateada e a dor de não ter nada.
Mas sabe-se da vida: os sonhos, as quimeras
Nascidas das fráguas derretidas - nas fronteiras
Do amor e do ódio...
Sabe-se que a vida não dá morte.
A sorte, perfeita no engaste, é gládio
Do Deus que tudo pode.
No entanto, os gumes afiados dos demónios,
Cortam promessas nas mentes que sucumbem
E não vencem: na peleia da maré - negra -
Da ideia já vencida...
Sabe-se que a vida é viva, é sonho e fantasia.
O que a vida não quer é morte: então, por dote - Viva!
–
poema -, de PjConde-Paulino
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