CASTELO ONDE TE SONHO POESIA

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domingo, 4 de julho de 2010

Alentejo - memórias de sabores e cheiros

(((((((((((((((((((((Foto de PjCondePaulino - Alentejo»»»»»»»

Memórias - Com Sabores e Cheiros


O meu Alentejo está a transpirar, pelo esforço despendido durante o dia, debaixo das asas do Sol avassalador, nesta terra abençoada.

Levanto o olhar na planície, cujo horizonte distante me faz sonhar na viagem do tempo. Vejo o ondular dourado das searas, dançando no ritmo lentoOiço a voz da minha mãe, a chamar-me, enquanto eu, qual mar alto em dias de bonança.
, no meu gargalhar de criança, brincava às escondidas, debaixo de uma parreira, com a minha melhor amiga.

Na minha memória, revejo as brincadeiras da apanhada – do jogo da “slitra”- da inteira ou do pião. Sinto o cheiro do pão," acabadinho" de fazer no forno comunitário da aldeia; enquanto nós, crianças, disputávamos entre risadas, o jogo da “cabra cega”.

Escuto, através das ondas intemporais, a voz dos meus pais, a “fazerem” a açorda de peixe, com poejos, nas margens do rio Degebe; enquanto eu, a minha irmã e o “”faz no ninho”, - o mais novo; agitávamos as águas para molharmos o que já estava molhado - estávamos dentro de água -.;).:):)


Hoje, sempre que possível ainda comemos as “abençoadas ervas do campo” tal como faziam os nossos avós, desde tempos remotos, nesta terra abençoada.

Aquilo que hoje apreciamos como petiscos raros - alguns à beira do desaparecimento -, já mataram a fome a muita gente, no passado recente.

Refiro-me ás ervas do campo: - às frutas silvestres, aos cogumelos, aos poejos, beldroebegas, acelgas, agriões da ribeira, espargos, amoras das silvas, medronhos, figos da Índia, silarcas. - deliciosos aromas que temperam as nossas açordas e migas, os licores e aguardentes.


Hoje é dia de convite: Vem ao Alentejo, saborear demoradamente, os sabores inolvidáveis da natureza – Aqui, o tempo tem tempo; para - calmamente - saborear a liberdade de ser mais feliz, entre um abraço e um sorriso, neste horizonte sem fim:):).

3 comentários:

Carmo disse...

Uhmmmmm!!! Já sinto o cheiro de uma boa caldeirada com peixe da ribeira e hortelã da ribeira.
PJ és um privilegiado!
Cuida bem do nosso Alentejo.
Bjs

PjConde-Paulino disse...

Carmo;

Obrigado. Claro que faço a minha "parte". Mas, tb gosto muito do teu amor por esta região tão singular do nosso pequeno Portugal.

Obrigado pla visita.

Bjs

marilu disse...

Vale a pena conhecer o Alentejo. É verdade que o Alentejo é luz, é sol inclemente, é secura, são planícies onduladas sem fim, sobreiros e azinheiras, vinho e azeite, açorda e ensopado de borrego, coentros e beldroegas, grandes vinhos modernos e antiquíssimos vinhos da talha; e gente, boa e hospitaleira. É tudo isso o Alentejo, mas é tanto mais do que isso, que só mergulhando nele a fundo, com tempo, poderemos usufruir das coisas, conhecer as pessoas e os lugares extraordinários que fazem dele uma das regiões portuguesas com mais carácter.

A planura sem fim, apelando à contemplação e à calma, as pequenas povoações carregadas de história (Marvão, Monsaraz, Avis, Crato), os grandes centros urbanos monumentais (Évora, Beja, Elvas, Portalegre), a deslumbrante costa atlântica semeada de praias, concorridas e populares umas, escondidas e discretas outras, as serras da Ossa, de Portel e de S. Mamede, os vales dos rios Guadiana e Sado e, agora, a nova paisagem líquida construída pelas águas retidas na barragem do Alqueva. E há as pastagens e as coutadas de caça, os campos de golfe, as rotas e provas de vinhos, os desportos náuticos, os percursos históricos.

Em terra de vinhas cultivadas por fenícios, gregos, romanos e, hoje, por grandes casas agrícolas e produtores que vêm afirmando a marca Alentejo entre os grandes vinhos portugueses, há uma das mais saborosas e originais tradições culinárias. Um mundo de sabores diferentes que exige, como tudo o resto no Alentejo, tempo para o perceber e apreciar.